mas eu volto.

sábado, 30 de janeiro de 2010

maria, a psicóloga



"quando digo que sou argentina e me perguntam se sei dançar tango, caio dura!" por isso, a pobre maria estava comigo na aula de milonga no centro cultural borges.
entre as mulheres, eu era a única não-argentina. e o único homem era um italiano que, como eu, decidiu dedicar a vida ao tango, e por isso estava na argentina. mandava bem.

maria, coitada, não leva jeito mesmo. mas como é simpática!

depois da aula, quis me mostrar a "confiteria ideal": milonga todo dia.
me deu seu telefone e um sorriso pra foto.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

cemitério recoleta

parece meio mórbido visitar um cemitério. e é.

a desculpa é visitar o túmulo de evita - que depois do museu evita, torna-se obrigatório.
mas evita é o que de menos interessante há no cemitério.



fui sozinha. cheguei na entrada e vi um monte de turistas, o que me tranquilizou muito. passei bem uns cinco minutos estudando o mapa do cemitério antes de entrar, para ir direto ao túmulo da sra. perón. mas quando pus o pé dentro do cemitério já sabia que ia me perder. e me conformei. mas ainda estava tranquila por causa da quantidade de turistas.

o cemitério é impressionante por vários motivos: os túmulos são gigantes e as ruas estreitas. e você, um ser estranho ao lugar, passeia pela vila labiríntica de mortos andando bem no meio das vielas, para se manter distante dos túmulos de ambos lados. para ver as estátuas - nunca serenas, mas sempre chorosas e desesperadas - é preciso olhar para cima.

de repente vi que estava mesmo perdida, e a multidão de turistas tinha desaparecido. perguntar pra quem? os moradores já não falam...


então tentei manter a calma e me concentrar em tirar fotos, mas às vezes vinha um comecinho de pânico, que ia embora quando pensava o quão engraçada era a situação. e ficou mais engraça ainda quando comecei a ver que havia mais gente que tinha tido a idéia brilhante de passear no cemitério sozinha. todo mundo perdido e com uma pontinha de medo.
cruzei com um inglês meio pálido que me perguntou sobre o túmulo de eva perón. e seguimos perdidos cada um para um lado.



depois que notei que o chão, bem no meio de algumas vielas, estava como que levantado - talvez pelo peso dos túmulos, que empurrava os ladrilhos para o centro - decidi voltar para o começo e fazer a visita um outro dia, acompanhada.

e sem querer, achei evita. único túmulo com flores e um guia turístico contando histórias para um grupo de turistas.
aí, ficou chato...

evita

"evita é um mito, ou seja, nada do que ouvir sobre ela é verdade", disse um senhor argentino.


antes de ir ao museu, eu já estava preparada para ver não só o registro de sua memória,mas uma espécie de tributo a uma figura que foi muito muito amada - e odiada - pelo país.

mas o museu surpreendeu: tem uma abordagem quase religiosa.

não que não tenha sido interessante. foi um dos passeios que mais gostei. mas às vezes me sentia incomodada com a propaganda partidária - ingênua e anacrônica - que se misturava a tentativas mais sérias de preservação da memória.


na seção em que se falava da "ciudad infantil", grande feito da instituição de obras sociais criada por evita, mostras de uma doutrinação assustadora. mas normal para a época.

enfim, nada contra a própria evita. mas esse museu... parou no tempo. e conseguiu o feito de fazer parte da própria história que conta.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

manifestação contra os "k"

saiu nos jornais.


o obelisco foi a parada final do ato de diversos grupos de trabalhadores que exigiam do governo de cristina a volta de um programa que gerava empregos a milhares através de cooperativas. segundo me explicou um dos figuras da foto, o governo reduziu o número desses empregos pela metade.



quando disse que era do brasil, um me mostrou a camisa do flamengo e o outro - como quase sempre acontece - me falou do lula: queremos o pt de lula aqui!
é. sobre o brasil, não é só de futebol que se fala por aqui...


agora eu pergunto: alguém aí sabe qual é o partido de cristina?

jardin botanico

o jardim botânico tem vários jardins. o francês, o romano, o japonês...



e réplicas de esculturas tão bonitas que as árvores ficam com inveja, e tentam imitar.




porque não há gatos na cidade? porque ficam todos no jardim botânico. e muito felizes, parece.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

para bruno

saudade...

sábado, 23 de janeiro de 2010

mi portuñol

tomé una importante decision en mi vida: assumir el extraño dialecto que yo misma he inventado e con lo cual he me communicado por acá. mi portuñol.

mi dialecto no es como un portuñol cualquier, sino una forma nascida de una apreciacion muy particular del idioma que yo he desenvolvido en esos 15 dias: deducciones bizarras e neologismos creativos, além de alguna confusion con las formas verbales.

assumo e reclamo el derecho de los artistas naives: poder expressarme a mi forma.

cineminha

arrisquei um cinema. mas a iniciativa foi da lilian, claro.

los abrazos rotos, do almodovar.



tudo bem que não peguei uma piada ou outra, mas com certeza é por causa do acento espanhol: já to acostumada com o sotaque argentino!
mentirinha...

marco alfredo, el cantante

dancei tango com homem que manja: marco alfredo, el cantante.

experiência incrível (para mim, creio).

fomos milongar, alex, lilian e eu: aula de tango e show da orquestra típica "el afronte" - muito legal, diga-se de passagem.


entre uma coisa e outra, marco alfredo, el cantante (da própria orquestra), me tira pra dançar.

não sei dizer se consegui a proeza de arriscar alguns passos porque estava em uma milonga em buenos aires, se foi porque dancei com um argentino, ou se era marco alfredo, el cantante.

também não importa.

o importante é que não só dançar, mas ver os casais enroscando suas pernas portenhas na pista, foi lindo. o tango é lindo. e muito simpático é o cantor, ou melhor, marcos alfredo, el cantante.

quero ser maradona

pelé é o rei, mas maradona - dizem os argentinos - el diós!

e esse moço também é bom...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

o que se vê

o que se vê em buenos aires...

à noite, lixo na rua.
locutórios, por toda parte.
brasileiros.


o que não se vê em buenos aires...

gatos. só vi um até hoje. (e era preto)
restaurantes vegetarianos.
negros.

museu do holocausto

visitamos o museu do holocausto. primeira vez que entramos em um.



lilian leu a história de todos os sobreviventes das fotos.



buenos aires tem uma enorme comunidade judia e a argentina teve um papel importante no acolhimento (ou não) de judeus. depois da guerra, também foi o destino de nazistas que se exilavam com identidades falsas.


além das imagens do museu, que são fortíssimas, há uma música ambiente... muito tocante.

parque tres de febrero

acho que esse é o parque mais conhecido da cidade, e é incrível como um parque tão bonito tem tão poucas pessoas. uma tarde tão bonita...
mas pra mim, está ótimo! melhor assim do que tropeçar nos cachorros do ibirapuera.



o parque é bem grande, eu fiquei mais na parte do jardim dos poetas e no rosedal.


... perfeito para passar a tarde lendo um livro, ou com o namorado.



que pena, aqui eu só tenho um livro.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

victor, o motorista

do caminito até em casa, fomos conversando. virou o ventilador para o meu lado e me ofereceu uma coca. simpático (até demais).

sabendo que sou brasileira, victor me perguntou primeiro de lula (como a maioria dos argentinos) e depois de roberto carlos (essa foi a primeira vez). disse-me que tem uma banda e toca músicas do rei!

a conversa foi boa até que começou a pôr em risco a vida dos pedestres...
ou será que eu é que me incomodo com coisas pequenas?

mafalda e maitena


caminhando por san telmo, vimos uma figura estranha sentada no banco. era mafalda.



a pequena é um grande orgulho nacional. está presente em todos as lojinhas de souvenirs e domina as bancas de jornal.
no brasil,a pobre mônica não tem a mesma consideração...

mafalda é mesmo uma fofa. mas meu lado mulheril me fez devota de uma cartunista argentina mais moderninha e femininamente cínica.

sinceridade: mafalda que me perdoe, mas maitena é sensacional.

san telmo

não é só uma feirinha de artesantos.
os artistas são ótimos, e em cada barraquinha tem uma coisa diferente. quase sempre criação própria.


passamos o dia inteiro caminhando pelo bairro de san telmo, mas não vimos tudo... antiguidades, roupas, "artesanias", bandas, cantores, dançarinos, performances...






o mais impressionante foram as fotografias.
fiquei tentada a levar uma das imagens de tomas cernisevas, um jovem fotógrafo lituano que estava expondo em san telmo.
mas 200 pesos... iria doer na consciência.

outro que também foi o máximo: roberto sanz. argentino e especialista em fotografar tango! não preciso dizer mais nada...



olhando desconfiado para a minha câmera, o fotógrafo lituano. abaixo, à direita, a foto de um cachorrinho voando com as folhas secas de outono. não ria! é lindo...

tango no barco: sensacional!

depois disso, o tango virou uma obsessão em minha vida.
ou pelo menos enquanto eu estiver em buenos aires...

há um detalhe não registrado: o barco começa a balançar, as pessoas se seguram, mas o tango não pára... spray na sola do sapato, perna pra lá e perna pra cá.

fiquei mareada.

show de tango na rua II

esse foi lindo!
também na florida.

só me diga uma coisa:
elas têm belas pernas porque dançam tango ou dançam tango porque têm belas pernas??

mas calma que esse não é o melhor: compare com a dupla que dançou no barco (próxima postagem)

domingo, 17 de janeiro de 2010

show de tango na rua I

aqui há um show de tango em cada esquina.
esse foi o primeiro que vi, na rua florida.




mas nada se compara ao show de tango no barco.

é possível

é possível encontrar por acaso um velho amigo em outro país?

siiiiiiiiiiim!



esse é alex, que estudou teatro comigo há anos. me reconheceu no meio da muvuca de turistas na feira de san telmo.

apartamento

não se pode dizer que seja assim um apartameeeeento. mas é muito ajeitado e suficiente para quem vai ficar só por um mês.
o melhor de tudo é a localização: fica a uma quadra da avenida 9 de julho, bem na altura do obelisco. é como se eu morasse a uma quadra da paulista.
outra coisa boa foi o preço. negociar diretamente com o proprietário é outra coisa... e a negociação foi longa, tão longa que me tornei amiga do senhor norberto.


aqui temos uma das camas e a cozinha, que pode ser guardada dentro do armário!


a outra cama, mesinha e o hall de entrada.


e, por fim, nosso closet.
que bagunça, hein, lilian!

lilian e rodrigo

você conhece alguém que faz montanhismo de sapatos?
que vê os mapas de ponta-cabeça?
que tomou sol no decote e ganhou uma marquinha em forma de pizza erótica acima dos seios?

essa é a lilian, junto de rodrigo, seu companheiro paciente e inseparável.

os aventureiros mais figuras que eu conheço. acabam de vir do chile, terra do rodrigo, e agora dividem o apartamento comigo. sem falar que me salvam no espanhol!!

colônia

uma cidadezinha uruguaia linda! com um quê mediterrâneo...
foi habitada por portugueses e espanhóis, e conserva ainda alguma arquitetura do século dezesseis. em alguns lugares há como que um sítio arqueológico das antigas construções.
as flores, parece que brotam das paredes de pedra (em estilo português). os restaurantes colocam as mesas nas calçadas e em cada esquina há um atelier dos artistas locais.




alguns turistas caminham com calma e almoçam sossegados. ao nosso lado, durante o almoço, um brasileiro escuta a conversa e nos revela: morrón é pimentão. depois revela-se paulista: eu diria que sim, pela solidão, e que não, pela tranquilidade.
mas quem viaja sozinho é tranquilo mesmo... além disso, não se pode ser paulista em colônia.

há também o antigo farol, hoje mirante dos turistas. nele, um argentino passa por mim: nos encontramos novamente! - e me pede: puedo sacar una foto?
sí, claro!





e a praça dos touros, construída por um iuguslavo para as touradas, que faziam parte de seu empreendimento turístico.
as touradas tiveram seu fim (graças a deus) quando uma lei uruguaia proibiu a morte de animais em espetáculos.




colônia fica só a 45 km de buenos aires, mas é uma tranquilidade.

barco para colônia



saímos de buenos aires e fomos para colônia, no uruguai.
por apenas 160 pesos (ou 80 reais) atravessamos o rio del plata em um barco muito charmoso, com direito a show e aula de tango (da qual eu participei e descobri que nasci para o tango! mas meu parceiro colombiano deixou a desejar...) e em três horas chegamos a colônia.



aqui, a vista dentro do barco, que era enorme: tinha três andares e transportava carros no primeiro. o último era um deck. ali, dá pra entender porque chamam o rio de mar del plata.

caminito

seu caminho é de pedras? o meu é de cores.
é o caminito colorido de artesanias
e dançarinos sedutores.




sábado, 16 de janeiro de 2010

casa rosada


a casa é rosada. a presidenta é mulher.
brincamos de barbie? não, estamos na argentina!

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